Por que
você tem medo de ser feliz?
Por: Jucimara Gonçalves Bernardo
Você tem medo de ser
feliz? Deve estar estranhando essa pergunta não é? Pode ficar tranqüilo, você
está lendo e compreendendo corretamente. Talvez esteja sendo afetado, porque
pode estar condicionado a se perguntar ou afirmar sempre, da seguinte forma: eu
tenho medo de “não” ser feliz!
Mas aí vos pergunto,
por que tendes sempre a se focar no pessimismo? A ver sempre o lado negativo das
situações e experiências vividas? A acreditar que tudo na sua vida tende a dar
primeiro errado? E que se der certo, será porque você tem muita sorte, ou
porque existe uma pessoa que te salvou. Ou ainda, porque existe uma força
sobrenatural que fez tudo por você, inclusive o impossível! E que o fato de alguma
coisa ter dado certo na sua vida, não tem nada a ver com a sua fé,
determinação, tentativas e autoconfiança.
Por que a possibilidade
de algo negativo lhe acontecer, é maior que a possibilidade de algo positivo
lhe acontecer? Quem te disse que é, e será sempre assim? Quem determinou esta
lógica matemática? De onde vem essa voz que ecoa diariamente em sua mente, e te
sabota todas as possibilidades de algo bom lhe acontecer?
Agora pare, respire
fundo e procure na sua história de vida! Mergulhe na linha do tempo! Tenta,
tenho certeza que pode se surpreender!
Será que foi sua mãe,
quando estava com raiva por um motivo pessoal, que te disse coisas aparentemente
sem sentido ou relacionadas contigo. E você acabou introjetando a informação como
um sentimento de culpa? Será que foi seu pai, quando não conseguindo lidar com
os próprios conflitos e feridas, os projetou em você e você absorveu o conteúdo
como sendo uma verdade absoluta sobre quem é você? Ou será que foi um
professor, cansado e stressado com o seu labor, que humanamente te direcionou
um afeto negativo, e você o tatuou em seu inconsciente como sendo uma mensagem
de descrença, que aniquila diariamente toda sua motivação? Enfim, com quem você
aprendeu a ser assim, tão pessimista? Seus pais também são assim?
São muitos os questionamentos
não é? Mas te convido a mergulhar ainda mais nesse oceano chamado EU interior.
Como se formaram seus conceitos,
características, qualidades, defeitos, jeito de andar, falar, se vestir, comer,
o que gostar de fazer, que tipo de música escutar, etc.? Tenho certeza que você
não nasceu sabendo de tudo isso!
Levanto a hipótese de
que esteja respondendo mais ou menos assim: eu fui descobrindo aos poucos, à
medida que fui crescendo, experimentando, tendo curiosidade, conhecendo e
interagindo com novas pessoas, enfim me permitindo!
E se formos mais
adiante, também poderá até perceber, que muitos dos seus conceitos,
características, qualidades, defeitos, jeito de andar, falar, se vestir, o que
comer, o que gosta de fazer, o ritmo musical, etc. também foram mudando ao
longo do seu desenvolvimento fisiológico e psicológico! Inclusive o que você
considerava ser uma verdade absoluta aos dez anos de idade, certamente deixou
de ser verdade agora na idade em que você se encontra. Assim, como também,
algumas verdades permanecem inalteradas.
Pois bem, então agora
voltamos para um dos questionamentos iniciais: por que o negativismo e o
pessimismo precisam ser considerados uma verdade absoluta na sua vida? Se você
evolui fisiologicamente, porque também não pode evoluir psicologicamente e
emocionalmente? Será que você tem medo que as coisas dêem certo na sua vida?
Isso mesmo, não se faça
de desentendido ou desentendida. Mas te convido a acolher tamanha inquietação
ou angústia! Olhe para ela, com um olhar de aceitação, com ternura, livre de
preconceitos ou qualquer tipo de racionalização. Também não tente se
justificar, porque agora a conversa é só entre você e seu EU interior. E nessa
conversa, não há espaço para o Ego e nem muito menos para o superego da
moralidade.
Isso mesmo, aceite e
acolha com a simplicidade de uma criança que está diante daquele adulto, que
também carrega em seu interior traumas e conflitos de experiências que ainda
hoje, clamam por uma ressignificação e libertação. E agora, perceba que nada
foi sua culpa, que você era apenas uma criança descobrindo e tentando aprender
a ser-no-mundo e estar-no-mundo de forma fluída. E como criança, ou seja, com
as ferramentas psicológicas que tinha na época, você deu o seu melhor e fez
tudo que lhe era possível! Perdoe-se!
Escute bem: agora você não
precisa mais ficar neste lugar da culpa, do medo, da insegurança e do
pessimismo. Tens a opção de finalmente se libertar desta prisão!
Simplesmente, porque
nenhuma verdade é eterna, você não é mais uma criança, e a vida lhe provou que
você pôde seguir adiante. Pare um pouco, olhe para você, se olhe no espelho,
veja como você cresceu, o quanto amadureceu com seus erros e acertos, o quanto
mudou ao longo das suas vivências. E principalmente, o quanto cada encontro e
desencontro fizeram de você a pessoa que é hoje! Essa é a prova viva de que
mesmo sem você perceber, conseguiu contrariar uma certeza que estava carimbada
e autenticada: o pensamento negativo de que nada ia dar certo, e que sua vida
não saiu do lugar.
E eu voz digo ainda
mais, você saiu sim deste lugar sentenciado. Você deixou de rastejar e
engatinhar, e agora anda com as próprias pernas e não mais sendo carregado nos
braços de um adulto. O adulto que agora direciona e carrega-te no curso da
vida, és tu mesmo!
Estais convencido agora,
de que sua vida tem movimento e fluidez? E que talvez seja você que não quer ver? Que
não quer crescer? Que se priva de novas e maravilhosas experiências? Que tem
medo de ser feliz?
O que te impede de ver
o lado bom da vida? De crer nas possibilidades de autorealização? E eu te
afirmo, é você mesmo e sua acomodação mental! É O SEU MEDO DE SER FELIZ E
REALIZADO NESTA VIDA! Neste exato momento, aqui-e-agora! E não amanhã, a semana
que vem, o mês que vem, o ano que vem, enfim, segundos antes de morrer.
De fato a vida não lhe
dará garantia de absolutamente nada. Mas concorda, que se você não se arriscar,
não abrir mão desta falsa idéia de controle, nunca viverá ou terá experiência em
nada?
Por fim, para concluir,
vos deixo mais dois questionamentos: qual a diferença entre viver e vivenciar?
Você vive ou vivencia? Agora é com você!
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