domingo, 20 de janeiro de 2013




A ARTE COMO INSTRUMENTO PSICOTERAPÊUTICO


Jucimara Gonçalves Bernardo


De acordo com Valladares (2006), através do recurso expressivo é possível resgatar o potencial criativo do sujeito, buscando ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar a autoestima, e principalmente fazer com que, a partir da estimulação e desenvolvimento de recursos físicos, cognitivos e emocionais, o sujeito consiga lidar melhor com os seus sintomas e stress. Frente a isso, o autor supracitado acrescenta que é necessário:



[...] construir um cuidado que envolva um espaço acolhedor, mas não ameaçador e que permita à pessoa [...] expor seus sentimentos, comunicar-se com maior naturalidade e dar conta da complexidade e da amplitude de suas potencialidades. [...] elaborar estratégias e práticas terapêuticas para facilitar a comunicação, mesmo as não-verbais (plásticas), mas que sejam audíveis de alguma forma é uma necessidade humana (VALLADARES, 2006, p.4).


Neste sentido, podemos inferir que a arteterapia permite ao sujeito expressar de modo singular: (1) os aspectos psicossociais (a forma como percebe o mundo e se relaciona com ele); e (2) os aspectos funcionais do seu estado mental. O que possivelmente permitirá ao terapeuta avaliar no primeiro momento as funções primárias: sensação, percepção, atenção, pensamento e linguagem e no segundo momento investigar as sensações vivenciadas após a arte produzida (VALLADARES, 2006).
Para Philippini (2004 apud VALLADARES, 2006, p.4), “a arteterapia é um processo terapêutico com predominância do não-verbal, que permite a transformação com o uso de materiais expressivos, possibilitando a emergência de conteúdos inconscientes para confronto, elaboração e expansão do indivíduo”. Destarte, a arteterapia pode ser caracterizada como sendo, um recurso que tem como principal objetivo estimular o paciente a expressar de forma espontânea sentimentos e atitudes até então desconhecidos.
Em suma, é bem real a ideia de que a arte quando responsavelmente aplicada em processos facilitadores de crescimento, possibilitam a transgressão de si mesmo. 


REFERENCIAS


VALLADARES, A.C.A. Arteterapia, doente mental e família: um cuidado integrado e possível em saúde mental na nossa atualidade? Revista Arteterapia: imagens da transformação. RJ. Clínica Pomar, V.12, nº 12, p.9-32, 2006c.


Nenhum comentário:

Postar um comentário