Jucimara Gonçalves Bernardo
Há momentos em que sou inverno: sinto-me fria, frágil
e em silêncio.
Há outros em que sou outono: perco-me do caule, assim
como as folhas, e sigo o fluxo e a direção do vento sem saber aonde vou parar.
E quando repouso em terras firmes, aprecio a paisagem, me encanto com cada
encontro, me afeto e aprendo a acolher o estranho.
Há momentos em que sou primavera: perfumo, presenteio e
afeto.
Em outros sou verão: ilumino com a luz do meu olhar e
presença, mas as vezes me empolgo e ilumino demais e cuidadosamente queimo.
Sou finda, inacabada e limitada.
Desvio e sou estranhamente desviada.
Sou sombra, acolhimento, abrigo e desabrigo.
Tenho as marcas de quem já encontrei e sou lembrança
naqueles que marcas eu deixei.
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